sábado, 20 de maio de 2017

Debates sobre o movimento da Luta Antimanicomial dão início ao Fórum de Saúde Mental

Apresentações artísticas, culturais, além de importantes debates sobre literatura e o movimento da Luta Antimanicomial deram o tom da abertura do I Fórum de Saúde Mental na Faculdade Guairacá na noite dessa quinta-feira, 18.
O evento foi proposto pelos Colegiados de Psicologia e Enfermagem da instituição com o intuito de possibilitar uma visão ampliada do campo de atuação profissional. Além disso, também propõe sensibilizar os acadêmicos para a importância do posicionamento ético na luta por acompanhamento humanizado na atenção à pessoa em sofrimento mental, instrumentalizar discussões mais aprofundadas sobre a temática e estabelecer a interface entre os estudos sobre saúde mental nas áreas de Enfermagem e Psicologia.
O Fórum de Saúde Mental é alusivo ao Dia da Luta Antimanicomial. A data foi criada no  Encontro dos Trabalhadores da Saúde Mental em 1987. O movimento teve por objetivo principal o fechamento dos manicômios para humanizar o tratamento aos doentes mentais. Para o professor Antonio Alexandre Pereira Junior, essa data é importante de ser lembrada, sobretudo para conscientizar sobre o lugar que o sofrimento psíquico ocupa na nossa sociedade. “Queremos realizar o fórum anualmente e trazer estudantes de outras áreas também, no sentido de pensar e refletir sobre essas questões de saúde mental tão importantes, necessárias e urgentes na sociedade”.
A abertura do evento na Guairacá contou com a ilustre presença da professora Pós-Doutora Níncia Cecília Ribas Borges Teixeira, que discorreu sobre a obra O Alienista de Machado de Assis, que traz uma reflexão dos limites entre razão e loucura. “Nesse conto, com seu sarcasmo e sua ironia, Machado de Assis faz uma crítica ao cientificismo e ao positivismo do século XIX. Ele mostra como o poder e a ciência dominavam o pensamento de uma sociedade que se deixava manipular por ideias consideradas verdadeiras, porque eram ideias científicas e vindas de pessoas que, de certa forma, mantinham o poder”. Dessa forma, segundo Níncia, a obra do autor consegue ultrapassar o seu tempo e está bem presente na atualidade, uma vez que permite a reflexão, mostra a literatura como uma fonte de consciência e que leva ao questionamento dos desmandos cometidos por quem detém o poder.
Também esteve presente na Guairacá a Profª Ms. Katiuscia de Oliveira Francisco Gabriel. Katiuscia é graduada em Enfermagem, Especialista em Gerontologia e Inclusão Social, Mestre em Desenvolvimento Comunitário e possui amplo conhecimento sobre saúde mental. Na ocasião, ela falou sobre suas experiências na área.

Nessa sexta-feira, 19, o evento tem continuidade na Guairacá com a apresentação do livro ‘O Capa-Branca’. A obra relata as experiências de vida de Walter Farias, ex-funcionário que se transformou em paciente do Complexo Psiquiátrico do Juquery, na década de 1970.

Nenhum comentário: