O Brasil será o primeiro país da
América do Sul a ter um santuário de elefantes
Está no Brasil Scott Blais, CEO do
Global Sanctuary for Elephants, uma organização internacional sem fins
lucrativos que visa resgatar elefantes do cativeiro e montar para eles um
habitat, onde poderão viver em convívio com a natureza da qual foram privados e
raptados em sua infância.
Scott Blais ficará no Brasil até o dia 24
de dezembro e, juntamente com Junia Machado, que representa a ElephantVoices no
Brasil, manterá contatos com autoridades, voluntários, imprensa e proprietários
de terras, para abrigar – de início – 10 presumíveis elefantes que vivem em
nosso país em precárias condições de alojamento e
cativeiro.
“O Brasil será país pioneiro na formação
de um santuário de elefantes, sendo o primeiro país na América do Sul a tomar
esta iniciativa, e pretendemos trazer para cá elefantes de outros países que
necessitam de cuidados e tratamento, em convívio com outros animais”, informa
Junia.
Scott Blais tem grande experiência no
trato com os elefantes e é cofundador do The Elephant Sanctuary in Tennesse, que
dirigiu por mais de 16 anos. Vem ao Brasil em companhia de sua esposa Katherine
Blais, que trabalhou na instituição durante seis anos.
Scott Blais trabalhou em conjunto com a
Dra. Joyce Poole, cofundadora da ElephantVoices. Ela é uma das maiores
autoridades do mundo nesta área, reconhecida por seus estudos sobre elefantes
selvagens na África. A Dra. Poole dará assistência e consultoria para a
formação do Santuário de Elefantes no Brasil.
Junia Machado, brasileira ativista em
programas de preservação animal, representa a ElephantVoices no Brasil desde
janeiro de 2010 e é membro do conselho da Global Sanctuary for Elephants. Ela
explica que a ElephantVoices é uma renomada organização cientifica, reconhecida
mundialmente como uma das pioneiras no estudo de elefantes selvagens na natureza
e bem estar de elefantes em cativeiro.
“Tenho muito orgulho em participar deste
empreendimento e agradeço a colaboração de Scott, Katheryne e Joyce, que
ajudarão os gestores brasileiros a serem bem sucedidos neste projeto, que já
está bastante adiantado, inclusive com a localização de vários pontos dentro do
Brasil, que serão analisados e visitados na estada de Scott em nosso país,
principalmente porque seremos a base sul americana da administração do
santuário”, exalta Junia.
No mundo todo existem mais de 5 mil
elefantes cativos e santuários nos Estados Unidos, Cambodja e Tailândia. Scott
Blais garante que o santuário não dependerá de fundos governamentais, e vive de
apoio de empresas e pessoas que acreditam em nossos projetos e contribuem
voluntariamente para sua construção.
Cinco países da América do Sul
promulgaram leis proibindo a exibição de shows com elefantes e o Brasil está na
lista para ser o sexto. A construção do santuário resolverá a situação destes
animais – que encontrarão um lar com todas as características de seu
habitat.
Scott explica, “nos Estados Unidos
entramos em contato com zoológicos e circos, fazendo-os compreender que a vida
em cativeiro para elefantes reduz em média 50% seu tempo de vida, calculado em
aproximadamente em 70 anos na natureza”.
Sua imobilidade provoca doenças nas patas
por falta de movimentação e os acomete de terríveis moléstias físicas e
psicológicas, comuns em elefantes que vivem em cativeiro, mas que não acontecem
com os que vivem na natureza.
Muitos elefantes ficam tão afetados pelas
condições de vida não condizentes com sua natureza, que acabam acometidos de
extrema agressividade, passando pela automutilação.
“Temos um longo caminho pela frente e
vamos precisar de muito apoio para fazer os nossos esforços dar frutos e graças
a uma apreciação mais profunda para as complexas necessidades dos elefantes, o
Brasil caminha para uma potencial e enorme mudança de direção a um futuro mais
brilhante para os animais cativos”, afirma Scott Blais. “Ao trabalharmos em
conjunto, e usando o exemplo de elefantes resgatados, e voltando ao seu estado
primitivo, estamos prontos para invocar uma mudança positiva em direção a um
futuro de mais compaixão”.
Scott completa, “amanhã daremos inicio a
esta jornada, viajando pelo Brasil, por vários estados, para visitar algumas
propriedades que podem servir para nosso projeto, manter contatos com
autoridades em Brasília, trocar idéias com ambientalistas e entidades ligadas à
preservação animal”.
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