terça-feira, 24 de outubro de 2017

DROGA - A dose nossa de cada dia

Na sua evolução, o ser humano conseguiu grandes conquistas tecnológicas que trouxeram melhores condições de vida, entre elas descobrir, criar, aprimorar e associar drogas benéficas como antibióticos, vitaminas etc.

O aumento da idade média da população e da qualidade de vida são excepcionais. Mas junto com os benefícios o homem desenvolveu substâncias devastadoras, as drogas, que produzem legiões de zumbis em todo o planeta. É uma tragédia de muito sofrimento.

A humanidade tem especial interesse por vícios, gosta de viciar-se. O que pouca gente sabe é que grande parte dos vícios humanos independem do consumo de drogas. Nos viciamos em “químicas” produzidas pelo nosso próprio organismo. Os hormônios ou a falta deles pode levar uma pessoa a dopar-se, ficar dependente, ter enormes prejuízos na sua qualidade de vida. A maioria não têm a menor consciência disso.

A nossa evolução foi conduzindo a nos tornarmos viciados em vícios. A relação com princípios ativos externos é de longe o único causador dos nossas dependências e manias.

A falta ou excesso de alguns hormônios (dopamina, seroto-nina, endorfina, adrenalina, cortisol) no cérebro podem causar efeitos iguais ou mais devastadores do que drogas, causando enorme prazer ou muito sofrimento.

Doenças como esquizo-frenia, transtorno bipolar, TDAH (transtorno de déficit de atenção e hiperatividade), TOC (transtorno obsessivo/compulsivo) e depressão são exemplos de desequilíbrio químico no cérebro.

Todas as drogas: naturais, sintéticas ou semi-sintéticas, agem diretamente nas conexões entre os neurônios do cérebro, ativando ou desativando as sinapses causando efeitos depressores, estimulantes ou alucinógenos. Há estudos que comprovam que existe uma porcentagem de 20% de pessoas suscetíveis a tornarem-se dependentes de drogas, entre elas: crack, álcool, cocaína, heroína, LSD, ecstasy, maconha, nicotina, analgésicos, solventes, anfetaminas ou até mesmo doses enormes de hormônios, especialmente a adrenalina.

Todos conhecem uma pessoa viciada, que pode ser em drogas lícitas, ilícitas, ou em fatores “inofensivos” como: trabalho, viagens, TV, vídeo-games, internet, dormir, comer (chocolate, queijo, açúcar, massas, gordura, café), sexo, limpeza, esportes, coleções… São vícios relacionados a hormônios da recompensa.

Na verdade todos os vícios têm a função de amenizar a dor de viver. São atalhos que teriam a função de tornar a vida suportável que acabam sendo uma armadilha. A função do nosso cérebro é procurar o prazer, evitar a dor e adiar a morte.

Por isso a importância da diversão, um hobby que até mesmo ele levado ao exagero pode se tornar doentio. A síndrome de abstinência causada por excesso ou déficits hormonais podem causar tanta dor e sofrimento quanto a das drogas convencionais.

O uso descontrolado de substâncias tóxicas junto com desequilíbrio químico do cérebro são os maiores responsáveis por casos de suicídio e mortes evitáveis em todo o mundo.

Em caso de dependência de drogas ou desequilíbrio hormonal que venham a causar sofrimento, prejuízo para si ou outrem, é recomendado que a pessoa procure rapidamente ajuda profissional psiquiátrica e psicológica. Apoio familiar, amigos e fé também ajudam muito.

(Esse texto é uma opinião leiga, não tem embasamento médico/científico. Foi elaborado em observações e leituras).

Marcos Bebici é músico e compositor.

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