sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Minhas Memórias Anotadas. Por Ovadia Saadia

Morreu Danielle Miterrand, ex primeira dama francesa 
e mulher de atuação social mundial exemplar.

Passei o dia com Danielle Miterrand, a ex-primeira-dama francesa, viúva do ex-presidente François Mitterand, que governou o país de 1981 a 1995, numa manhã de outono há dois anos e meio, em 2009. Já tinha 83 anos. Mas estava muito bem.

Na verdade eu era Relações Públicas e assessor de imprensa do Hotel Caesar Park da Vila Olímpia em São Paulo que vivia um de seus últimos momentos de prestígio. Apesar de jamais ter decolado, depois de uma mudança que ninguém no mundo entendia: o da Rua Augusta para uma destruída Rua olimpíadas (a estruturação veio com o Shopping Vila Olímpia, um ano depois), eu procurava eventos de prestígio para dar um up no mexicano Caesar, que foi comprado a vista pela familia mais poderosa daquele país, os Ascarrega. Deram uns 20 milhões na mão da hoteleira mediatica e fashion Chieko Aoki, que estava complicada financeiramente. Chieko foi a precursora desta atual febre do mercado de Luxo. Da Sra. Aoki compraram o Caesar Augusta, Caesar Rio de Janeiro, um dos charmes de Ipanema, mas já muito desgastado e ainda faturando alto.


Danielle M. estava no Brasil aquele dia para divulgar o Projeto Mensageiros da Água, uma das ações que a fundação de desenvolvimento econômico e social France Libertés, que faz parte do Conselho Econômico e Social da ONU, criou em defesa ao meio ambiente.


Logo pela manhã, em coletiva de imprensa, Danielle, então com 85 anos, lançou o projeto que tinha como objetivo principal desenvolver a educação ambiental associada ao conteúdo escolar, somando esforços na sistematização de metodológicas pedagógicas. As principais bandeiras do programa seriam: conscientização do uso racional da água, acesso igualitário à água potável, preservação de mananciais, saneamento básico, prevenção à desertificação de florestas, gestão comunitária de sistemas de água potável e irrigação e gestão de resíduos sólidos. Fiquei fã da causa imediatamente;


O designer de joias mineiro Pedro Brando, que é o autor da aliança de casamento da atriz Nicole Kidman com o músico Keith Urban, criou uma linha chamada Gota d'Água, inspirada na canção de Chico Buarque. As joias foram (pouco) vendidas em associação com o projeto ambiental de Danielle."Me emocionei quando soube dessa ação da ex-primeira-dama em favor da água. Faço questão de ajudar e de participar de uma causa tão nobre", disse ele, que pretendia lançar a coleção em várias partes do mundo.


Danielle tinha aprofundado suas relações com o Brasil, promovendo programas de pesquisa e cidadania, como o de apoio aos catadores de materiais recicláveis. A perda ou o mau uso dos recursos naturais é uma das principais preocupações da ex-primeira-dama. "A água é um bem natural da humanidade e não um produto à venda. Mas se não começarmos a cuidar dela desde já, daqui a alguns anos ela será um artigo de luxo", resumiu ela naquela inesquecível manhã.


Depois de tudo terminado, entrevista pessoal para TV Caras e as fotos abaixo, levei pessoalmente a tão frágil Sra. Miterrand para ao menos conferir o café da manhã à brasileira repleto dos melhores elementos e iguarias à brasileira que a equipe franco-brasileira do hotel havia preparado; ela não se entusiasmou com o show de pâtisserie, mas provou um café preto.


Um segredo; queria lhe falar de Dalida, minha cantora do coração e amiga da família, mas ela não abriu nenhuma brecha e estava sem forças para falar muito.


No meio dos anos 80 toda França comentou um suposto caso de amor entre o marido de Danielle, o então presidente-mulherengo François Miterrand e a diva popular-chique Dalida. Já se passara muito tempo, era um assunto encerrado.


Falei disso na pérgula do Copacabana Palace, RJ, com o irmão de Dalida, Orlando Gigliotti, até hoje é o gestor da bilionária pós carreira da irmã (ele e seu secretário particular Alain Tessier estavam hospedados na Presidencial do Copa em pleno Réveillon 2009-2010).


“ Nunca foi nada provado, e nenhum dos dois está mais no mundo para se defender. Esqueça isso”, ordenou o teatral e emotivo Orlando. Calei-me para sempre.


De volta ao andar de operações, vendas, marketing e que tais do hotel, que teve uma esplêndida exposição na mídia brasileira devido a ação com a Sra. Miterrand, me deparei com o então CEO francês dos empreendimentos hoteleiros no país. Ele me aguardava e ao ver meu entusiasmo fez um discurso vergonhoso contra ela.


Os franceses ás vezes se odeiam
.

Uma vida marcada pela luta 

PARIS (Reuters) - A ex-primeira dama francesa Danielle Mitterrand, viúva do ex-presidente François Mitterrand e ativista dos direitos humanos, morreu numa terça-feira, 21.11.2011 aos 87 anos, segundo fontes do governo e do Partido Socialista.

A ex-primeira-dama, que passou 51 anos casada com Mitterrand, sofria de problemas respiratórios e estava em coma induzido no hospital Georges Pompidou, em Paris.

Danielle Mitterrand abraçou com fervor a defesa de minorias como os curdos e tibetanos, atuou por uma distribuição mais justa dos recursos globais, e foi amiga do líder cubano Fidel Castro. Seu ativismo explícito causou alguns constrangimentos ao marido.

Nascida Danielle Gouze, em 29 de outubro de 1924, em Verdun (perto da fronteira com a Alemanha), ela foi politicamente ativa desde a juventude, e aos 17 anos aderiu à Resistência antinazista, onde conheceu Mitterrand. Na época, o futuro presidente comandava a rede da resistência na Borgonha, sob o codinome de "François Morland".

François e Danielle se casaram em outubro de 1944, e Mitterrand então se lançou na carreira política pelo Partido Socialista, sempre com Danielle ao lado, até chegar à presidência, em 1981.

Além de se envolver em campanhas internacionais, Danielle costumava comentar a política interna, criticando abertamente o primeiro-ministro conservador Jacques Chirac, e posteriormente as políticas de imigração do ministro do Interior Charles Pasqua.

Quando Mitterrand morreu, em 1996, Danielle causou frisson ao comparecer ao funeral ao lado da amante dele, Anne Pingeot, com quem o presidente tivera uma filha, Mazarine.

Danielle deixa dois filhos, Jean-Christophe e Gilbert. Um terceiro, Pascal, morreu ainda bebê.

Danielle Mitterrand. La disparition 
d'une femme de combat

L’ex-Première dame s’en est allée. Danielle Mitterrand est décédée cette nuit. Hospitalisée vendredi dernier à l'hôpital européen Georges-Pompidou à Paris pour anémie, la présidente de la Fondation France Libertés avait été placée en coma artificiel dimanche. Un proche de la famille avait indiqué qu’elle devait «théoriquement » être réveillée lundi. Elle avait 87 ans.
Une femme de combat

Née Danielle Émilienne Isabelle Gouze, en 1924, dans la Meuse, Danielle Mitterrand a bien sûr marqué l’histoire de la Ve République dans son rôle de Première dame lors des deux septennats de son défunt époux, François Mitterrand. Fille d’un proviseur et d’une institutrice, Résistante pendant la seconde guerre mondiale, elle a rencontré ce dernier pendant le conflit, avant de se marier avec lui, après la Libération, le 28 octobre 1944 à Paris. Ils auront trois enfants, Pascal, né en 1945, décédé peu après sa naissance, Jean-Christophe Mitterrand, né en 1946 et Gilbert Mitterrand, né en 1949. Engagée en politique aux côtés de son mari, Danielle Mitterrand gardera toujours son indépendance d’esprit, même après la conquête de l’Elysée, conservant un domicile au 22, rue de Bièvre dans le 5e arrondissement de Paris et prenant position pour des causes qui lui tiennent à cœur, comme la lutte des zapatistes du sous-commandant Marcos, au Mexique. En 1986, elle crée la Fondation France Libertés, reconnue d’utilité publique et à but non lucratif. Au travers de ses trois programmes (l’eau, le droit des peuples et reconsidérer la richesse), la fondation tente de construire un monde équitable et responsable, qui limite les inégalités et respecte les ressources naturelles et l’être humain sur notre planète. Elle est dotée du statut consultatif auprès du Conseil économique et social des Nations unies depuis 1991.

Sur le site internet de la fondation, elle avait dressé le bilan de son engagement humanitaire, à l’occasion du 25e anniversaire de celle-ci. «Le destin m'a donné l’occasion de fouler de nombreux tapis rouges et de rencontrer les grands de ce monde. Mais il m'a surtout permis de côtoyer des populations de tous les continents, d’entendre les témoignages d’hommes et de femmes oubliés du bonheur de vivre et accablés par la misère (…), témoignait-elle. Aujourd’hui j'observe un capitalisme qui se fissure et se détruit lui-même, victime de sa démesure totalitaire et de son mépris pour les valeurs humaines non marchandes». Son combat pour un monde meilleur – elle soutenait notamment la cause des Indiens en Amérique du Sud – restait donc toujours d’actualité, Danielle Mitterrand continuait de donner son temps et son image pour «organiser l’alternative à la mondialisation du commerce et de la finance pour une société qui donne toutes ses chances à la vie». Dans un entretien avec notre journaliste Mariana Grépinet, à l'occasion de la publication de «Danielle Mitterrand. Mot à mot », ­entretiens avec Yorgos Archimandritis, ­éd. Le Cherche Midi, elle avait évoqué avec des mots simples et choisis la mort qui l'attendait. "Il était prévu que nous soyons enterrés ensemble, dans cette forêt du Morvan, aux confins de la Nièvre et de la Saône-et-Loire. Mais ça a créé toute une polémique avec une famille qui ne nous aimait pas. Je voulais me battre mais François, qui était déjà très fatigué, m’a demandé de laisser tomber. Pour une fois, je n’ai pas eu envie de dire non. Puis il est mort très vite... On a pris ­d’autres dispositions. Il est enterré à ­Jarnac, avec sa famille. Moi, je serai à Cluny, près de la mienne. Je veux être dans la terre. J’aimerais à même la terre, sans cercueil, mais c’est ­interdit. Je veux une caisse en bois blanc, une robe de coton blanc, un linceul en lin, un point c’est tout". Des dernières volontés qui seront sans doute respectées par Jean-Christophe et Gilbert, ses deux fils, à son chevet depuis vendredi.

16/05/2009 23:27

Danielle Mitterrand inaugura em São Paulo 
representação da Fundação France Libertés

SÃO PAULO (ABN NEWS) - A Fundação France Libertés, criada em 1986 e presidida pela ex-primeira Dama da França, Danielle Mitterrand, agora tem representação oficial na América Latina, a partir de São Paulo.

Passando pela capital paulistana, no início do mês, Danielle Mitterrand foi hóspede VIP do Caesar Park Faria Lima, onde deu movimentada entrevista sobre suas preocupações com o destino do planeta, lançou a sua Ong no Brasil e falou sobre o projeto Mensageiro da Água, defendendo que o tema seja inserido na agenda de clima de Copenhague, no final deste ano.

Na entrevista concedida por Danielle Mitterrand no Caesar Park Faria Lima, o renomado colunista Ovaadia Saadia atuou como intérprete.



Ex-primeira dama da França Danielle Mitterrand no Brasil
08/05/2009 - 16:44

Le 10 mai 1981, elle a attendu les résultats en jouant au Scrabble avec sa sœur. Au moment où le crâne de l’élu se dessine sur l’écran, Christine Gouze-Rénal s’apprête à poser les sept lettres sur le plateau. Aux yeux, elle reconnaît son beau-frère, alors elle dit : « Cette fois, je l’ai perdue. » La partie ou la petite sœur encore muette de stupéfaction ? Et qui ne voit pas le vainqueur approcher, mais sent sa main sur son bras qu’il enserre, pendant qu’il murmure : « Que nous arrive-t-il, mon Danou ? » Au milieu des « Mitterrand président ! », dans la bousculade, après le premier discours prononcé depuis la mairie de Château-Chinon, dans ce bureau où il s’est assis pour la première fois vingt-deux ans plus tôt, elle entend des mots qui n’en finissent pas de la faire vibrer : « Cette victoire est d’abord celle des forces de la jeunesse, des forces du travail, des forces de création, des forces du renouveau... Elle est aussi celle des humbles militants pénétrés d’idéal... Des centaines de millions d’hommes sur la terre sauront ce soir que la France est prête à leur parler le langage qu’ils ont appris à aimer d’elle. »

Elle revoit ses parents, la maison de Cluny, les amis du maquis. Elle ressent la première gêne devant les « Monsieur le Président ». On l’entraîne sur la terrasse du Vieux- Morvan, ce point culminant au sommet de quarante ans de carrière. Bientôt on la pousse vers la voiture qui, sous une pluie battante, les ramène à Paris. Les journalistes forment un cortège exubérant. Mais, devant le péage, apparaît une haie de motards en grand uniforme. Alors les barrières se lèvent. « Et le péage ? On ne paie plus ? » s’inquiète Danielle. Mais personne ne l’entend. Danielle Mitterrand a la fibre révolutionnaire, elle admire Castro et le sous-commandant Marcos, elle honnit les puissances de l’argent et elle a hâte que le monde change... Mais elle veut aussi qu’on respecte les péages.

Dans l’histoire des premières dames de la République, il y a celles qui disent « le président » et celle qui disait « le général ». Il y a celle qui dit « mon mari », et elle qui disait « François ». Ce François dont elle ne s’est jamais lassée, peut-être parce qu’il lui a toujours échappé. L’homme des cercles qui ne se rencontrent pas, celui qui lui a appris à ne jamais poser la question : « Où vas-tu François ? » Le 10 mai 1981, les Français croient qu’un couple arrive à l’Elysée. Mariés depuis le 28 octobre 1944, trois enfants, des garçons, dont le premier, Pascal, est mort à quelques mois. Ils ne voient pas qu’ils ont devant eux des camarades qui partagent une histoire, des rêves, un programme commun... mais qui ne font plus vie commune. Danielle dit « François » comme chez les socialistes on dit « Lionel » ou « Martine ». « Je vous présente ma fiancée laïque, démocratique, et sociale », avait-il annoncé, en 1944, à sa famille très catholique. L’humour se nourrit de vérités qui dérangent. Entre le côté Danielle et le côté François, il y avait tout pour faire une nouvelle guerre des Armagnacs contre les Bourguignons, vinaigriers contre viticulteurs, mais il y eut une lente macération qui aboutit à un parfum unique. Si François Mitterrand, élevé chez les maristes, destiné par sa mère à devenir évêque, a si bien appris à parler le socialiste, ce n’est pas seulement parce qu’il aimait Hugo et avait partagé son pain, au stalag IX C, avec des gens que la vie civile ne lui aurait jamais permis de rencontrer, c’est qu’il y avait Danielle.

On n’oublie pas l’année de ses 20 ans. Danielle Mitterrand a fêté les siens le 29 octobre 1944, au lendemain de son mariage. Le 6 juin, jour du Débarquement, elle avait été « enlevée », à Lyon, par un membre du MNPGD, Mouvement national des prisonniers de guerre et des déportés, le réseau de Morland, alias François Mitterrand, sur ordre de celui-ci qui craignait pour elle depuis qu’en voulant échapper aux Allemands il avait perdu un portefeuille avec ses photos. C’était aussi le jour de son deuxième bachot. La fille du directeur d’école, née pour devenir institutrice, n’a jamais eu son bac. Avec François, déjà, la vie s’improvisait.

Quand elle crée sa fondation France libertés, elle décide d’être la voix de ceux qui n’en ont pas

Ils sont le produit de l’Histoire. Pour qu’ils se rencontrent, il a fallu la guerre, la défaite, la révocation du directeur d’école qui ne voulait pas dresser la liste de ses enseignants et élèves juifs. Antoine, le père de Danielle est le premier « hussard noir » d’une lignée de commerçants. Le grand-père vend, à Cluny, des parapluies aux manches artistiques. Il respecte la loi du petit commerce qui veut que le prix de vente s’obtient en ajoutant 33 % au prix d’achat. C’est simple. Qu’on ne respecte pas ce principe et c’est l’anarchie. La prison ou la faillite. Danielle a appris à compter avec lui. Elle dit que l’argent est très utile, mais que c’est un sacrilège de lui demander de se reproduire. Elle dit qu’elle prend soin de son râteau qui sert à ramasser les feuilles, mais qu’il ne lui viendrait pas à l’idée d’exiger qu’il fasse des petits pendant l’hiver quand elle le laisse au repos dans la cabane à outils...

Chez sa mère, Renée, prof de maths, on est vignerons. Des petits propriétaires qui ne connaissent qu’un seul ennemi, le phylloxéra, un insecte de la couleur de l’or qui transforme les pieds de vigne en cendres. Pour Danielle, cette saloperie de bestiole cache un vrai coupable, la cupidité du pépiniériste qui a importé des « plants américains » porteurs de mort. En trente-cinq ans, tout le vignoble français a été détruit. Et les vignerons bourguignons ont commencé à trouver que le rouge n’était pas seulement une bonne couleur à verser dans les verres. Elle est née en 1924, année du transfert de Jaurès au Panthéon. La première fois qu’elle a chanté « L’internationale », elle avait 10 ans. Pour elle, la gauche restera toujours républicaine, et la droite réactionnaire, c’est-à-dire secrètement monarchiste. Des Ostrogoths avec une mentalité d’esclaves. Pour son père, « libre penseur », la religion, c’est l’enseignement et le progrès. Au point qu’il osera transformer l’ancienne chapelle de son collège, à Dinan, en salle de gym ! Casus belli chez les Bretons.

En 1934, quelques mois après l’incendie du Reichstag, Antoine Gouze est accusé d’avoir mis le feu à son école ! C’est indigeste comme l’injustice. En 1936, leur camion de déménagement disparaît dans les flammes. En 1940, après la révocation, ils se réfugient dans la petite maison familiale de Cluny, et prennent des pensionnaires pour survivre. Ceux qui passent sursautent au moindre bruit. Ils s’appellent Henri Frenay, Berty Albrecht. Il y a aussi le maquis tout proche où Danielle sert d’aide-soignante sans qualification mais avec beaucoup de bonne volonté. L’engagement est une valeur familiale, un signe particulier qui permet de se reconnaître. Lorsque l’aînée, Christine, prend le train pour Paris, elle s’assoit à côté d’un certain Roger-Patrice Pelat. Avec l’imprudence de leur âge, ils évoquent vite leurs opinions. Il lui propose de lui présenter son chef de réseau qui revient d’Angleterre, le dénommé Morland. L’histoire de la photo sur le piano peut commencer. « Qui est-ce ? » demande Morland devant le portrait noir et blanc de Danielle. « Je l’épouse. » L’époque est aux décisions rapides.

Lors d’un premier rendez-vous, elle le trouve poseur. Le deuxième ouvre la saison des amours. On est en mai 1944. Il est arrivé à vélo depuis Chalon. Les membres du réseau, Pelat, Bettencourt, Jean Munier, s’entassent dans la petite maison des Gouze. Il faut les aider à échapper à la Gestapo. Le chemin est un fil, ils sont tombés du côté de l’amour comme d’autres du côté de la mort. Dès qu’après la Libération de Paris, Mitterrand est élu président du mouvement, il réquisitionne une voiture, accroche un macaron tricolore sur le pare-brise, et entasse des jerricans dans le coffre. Direction Dijon, pour rejoindre Danielle. Moins de deux mois plus tard, elle entre dans l’église Saint-Séverin. Elle a accepté les orgues, la robe blanche et le voile de dentelle. Mais à 5 heures quand il se lève de table en disant « J’ai une réunion », elle répond : « Je vous accompagne. » Ils se vouvoient encore...


Homenagem à memória de Danielle Mitterrand

“A água não acaba, não desaparece, eternamente ela se renova, sempre pronta para entrar em um novo processo de criação da vida.” Danielle Miterrand

Faleceu há uma semana, dia 22/11 a ex-primeira dama francessa Danielle Mitterrand. Fundadora da Fundação France Libertés, ela construiu uma trajetória de ativismo e engajamento pelos direitos dos povos e na luta pelo acesso à água.

O blog Comunidade das Águas reproduz, abaixo, homenagem dos Mensageiros da Água à memória de Danielle Mitterrand. Assista também ao vídeo de entrevista por ela concedida ao Programa Extra Classe em maio de 2010, onde fala sobre a questão global da água e sobre a iniciativa Mensageiros da Água no Brasil, clique aqui para ver.

UMA HOMENAGEM A DANIELLE MITTERRAND

http://mensageirosdaagua.org/blog/uma-homenagem-danielle-mitterrand/

Os caminhos traçados por Danielle Mitterrand em sua jornada desenham solidariedade, paz, justiça e liberdade.

O facho de luz deixado por ela no tempo de sua existência certamente nos guiará para uma humanidade mais amorosa. Inspirados, principalmente, pelo brilho dos sorrisos de todos aqueles contemplados com suas ações e idéias, vislumbram um mundo mais cooperativo e encantador.

Danielle nos ensinou uma genuína forma de amar. Aquela que, com especial sensibilidade, sente a dor alheia e se move para abrandá-la como fora o próprio outro. E quantos foram os seus outros… oprimidos por interesses egoístas, forjados em uma cultura à qual sua alma feminina sempre, suave e intensa, trabalhou para transformar.
Seu engajamento pela dignidade humana foi admirável. Dos tibetanos aos catadores brasileiros de materiais recicláveis. Pela democracia, pelas mulheres, pelos povos indígenas.

“A água não acaba, não desaparece, eternamente ela se renova, sempre pronta para entrar em um novo processo de criação da vida.” Danielle Miterrand

E em seu trajeto mais recente, Danielle presenteia o mundo com sua longínqua visão. Chama a todos para se integrarem pela água como bem comum da humanidade.

Sua mensagem e exemplo de vida, sua capacidade de integração e olhar humano, ainda ensinarão gerações e gerações.

Obrigado Danielle!!!



Danielle Mitterrand por Jorge Amado
Jorge Amado, em
Navegação de Cabotagem
Págs. 251,252
Paris, 1992 – os direitos humanos

(…) Por falar em prêmios, considero as contingências que os cercam, penso em injustiças e em erros, me pergunto, tenho vontade de perguntar em altos brados: por que ainda não foi concedido a Danielle Mitterrand o Prêmio Nobel da Paz? Ninguém o merece tanto, ela é hoje o símbolo dos direitos humanos, de sua defesa intransigente. A Presidente da Fondation France Libertés é exemplo e incentivo, onde quer que se erga a bandeira dos direitos negados e agredidos, lá se encontra a combatente de dedicação sem fronteiras e sem limites. Onde estão os parlamentares da Noruega que não lhe outorgam a láurea do bom combate? De Danielle Mitterrand se poderia dizer, para nomeá-la, que se trata da esposa de François Mitterrand, um dos poucos estadistas contemporâneos, em nossos dias somente Mikhail Gorbachev possui sua estatura, primeira dama da França cujos destinos seu marido preside, não é pouca coisa. Eu direi, porém que ela não é apenas a mulher do Presidente da República, Madame Mitterrand – ela é isso e muito mais: é Danielle Mitterrand, não passeia pelas capitais em visita oficial, viaja em defesa da liberdade, não se alimenta com as gaiatices, os desfiles de moda, a fofocagem que são o prato de cada refeição das primeiras damas das cortes republicanas. Não se exibe no palco das iluminuras sociais, é a defensora dos direitos humanos nas arenas da luta, do protesto, da solidariedade (…).



Danielle Mitterrand e Marco Aurélio Moura, 
gerente de eventos Caesar Park Faria Lima SP








O colunista e RP, Ovadia Saadia, Danielle Mitterrand e André Abreu, responsável pela Fundação France Libertés no Brasil
Danielle Mitterrand e Dayse Gasparian

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