OVADIA Zaglaniki SAADIA
Ovadia Saadia nasceu em Alexandria, no Egito, em 1965. Judeu-sefaradi, pertence a uma das últimas famílias israelitas a sair daquele país e chegou a São Paulo em 1967.
Naturalizado brasileiro e formado em Comunicações e Administração de empresas (pela USP- FEA e ECA, Escola de comunicações e artes), após anos atuando no comércio atacadista e varejista da família, Ovadia foi colunista de gastronomia e variedades durante 2 décadas, quando escreveu artigos célebres em veículos como Resenha Judaica e Veja São Paulo.
Paralelamente trabalhou sempre em casas noturnas míticas de São Paulo, do Rio de Janeiro e de Nova York como Régine’s, Gallery, Maxim’s, Hipoppotamus, Palladium, Societá, Tramp e Castel, sempre como relações públicas social e comercial, focado a novos negócios.
Também como relações públicas e assessor de imprensa atuou, a partir dos anos 90, nos hotéis Maksoud Plaza, Gran Meliá WTC São Paulo, Gran Meliá Mofarrej e Caesar Park, todos na capital paulista, e Conrad e Mantra, no Uruguai, entre outros do Brasil e do Exterior.
Atualmente é presidente da Associação Paulista dos Colunistas Sociais (Apacos), que congrega jornalistas da área de todo interior de São Paulo.
AMAURY JR, CANTORA ELIANA PITTMAN E OVADIA SAADIA
Loucos por Coleções
Loucos por Coleções
Editora ABRIL
Editora ABRIL
Coleção de convites remete à badalação dos anos 80
Os convites remetem às emoções vividas por Ovadia
Glamour, paetês e luxo eram indispensáveis na vida noturna dos anos 80, na capital paulista. E foi esse ambiente de muito brilho e badalação, recheado de celebridades e de figuras do high society, que encantou o colunista social, relações-públicas e assessor de imprensa Ovadia Saadia, 49 anos. “Tinha 20 anos quando decidi que era nesse mundo que queria ficar”, afirma. Como recordação desse período áureo, Ovadia guarda mais de 5 mil convites de eventos.
De origem egípcia, Ovadia chegou a São Paulo com a família, a bordo de um navio, nos anos 60. Aos 18 anos, ajudava o pai na papelaria da família. Era mau aluno e não sabia o que fazer da vida. “Ficava trancado no meu mundo, não me interessava por nada, o típico perfil de um looser”, descreve.
Mas sua vida iria mudar quando já assinava a coluna social do jornal Resenha Judaica, em 1981, e bateu na porta da nova boate da cidade, o Regine’s, ainda em construção, e pediu emprego à própria Madame Regine, dona da franquia homônima de boates. “Bendito dia em que peguei dois ônibus e bati na porta do Regine’s. Se não, ainda estaria trabalhando atrás de um balcão na papelaria”. Depois do Regine’s, foi assessor e relações-públicas de boates e hotéis luxuosos, tanto em São Paulo, como em Paris. E, claro, não perdia uma festa do grand monde.
Hoje, sua vida é bem mais tranquila. Ao remexer nas caixas de convites, Ovadia relembra, saudoso, de todos os momentos que viveu: “Conheci artistas, como Alain Delon e Dalida, e cheguei a ficar riquíssimo”. Apesar das boas lembranças, ele reconhece que houve um momento em que mergulhou fundo nas festas: “Nesse mundo, tudo é excessivo: intrigas demais, pessoas demais!” Hoje, diz, o clima das festas não é o mesmo de sua época: “A gente dançava muito, dava risada, conversava a noite inteira. Hoje os jovens bebem mais, tudo mudou”, opina.
Um pequeno amontoado dos mais de 5 mil convites da coleção
Convites de inagurações de restaurantes que faliram, de casamentos que não deram certo, de boates que não vingaram. As histórias, impressas em papel timbrado, contam, além do desenrolar da vida noturna da cidade, a revolução que tomou conta da indústria gráfica. “Era especial receber um convite, com todos os detalhes e caprichos. Hoje é tudo por e-mail”, lamenta.
Reportagem por Leticia Born (leticia.born
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