quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Evangelho de hoje cai perfeito para o momento político




Por Renato Cardoso (*)

Naquele tempo, os fariseus fizeram um plano para apanhar Jesus em alguma palavra.

"Então mandaram os seus discípulos, junto com alguns do partido de Herodes, para dizerem a Jesus: "Mestre, sabemos que é verdadeiro e que, de fato, ensinas o caminho de Deus. Não te deixas influenciar pela opinião dos outros, pois não julgas um homem pelas aparências. Dize-nos, pois, o que pensas: É lícito ou não pagar imposto a Cesar?

Jesus, percebeu a maldade deles e disse: "Hipócritas! Por que me preparais uma armadilha? Mostrai-me a moeda do imposto" Levaram-lhe então a moeda.

E Jesus disse: "De quem é a figura e a inscrição desta moeda?
Eles responderam: "De Cesar".

Jesus então lhes disse: "Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus"

Nosso comentário:

Nem imaginem a aula que o padre de minha paróquia deu, com base nas leituras do dia e mais no Evangelho do dia, segundo Mateus, 22,15-21.

Começou homenageando os professores pelo seu dia e, claro que realçou da importância de seu papel para a sociedade e num País em que os mestres não são tratados e reconhecidos como deviam. Nem pelo governo, nem pelas crianças de um modo geral, seus pais e toda sociedade. Mas fez questão o pároco de relevar a importância dos mestres... com carinho.

Lembrou do dia das crianças, comemorado por esses dias e fez o elo da importância dos professores para a formação das crianças e por aí termos um mundo melhor mais adiante. Melhor sempre!

Depois focou o "Dai a Deus o que é de Deus e dai a César o que é de Cesar".

Ao contrário do que possam supor os políticos, o pároco defendeu o recolhimento dos impostos, ensinando que devemos dar a Deus o que é de Deus e dar ao governo o que é necessário para que haja gestão entre os homens e que a sociedade se veja protegida e beneficiada pelo resultado do que contribuem. Foi firme ao deixar claro que não se deve renunciar ao recolhimento do imposto, levando em conta a corrupção que toma conta de todos os patamares da administração pública. Completou informando que, ao se deixar de recolher o imposto que se deve pagar, o valor é gasto com coisas outras e a relação entre as pessoas fica mais enfraquecida com desvio de recurso para fins fúteis e o que é primordial, o caixa do governo, sem fundos para a aplicação nos setores importantes.

Na verdade ouvi uma aula de política mesclada por ensinamentos trazidos pela Bíblia e perpassando pelo tempo desde a Babilônia antiga, onde os romanos subjulgavam os judeus e deles faziam os contribuintes explorados para o caixa da balbúrdia, através da corrupção.

Como trazer as palavras daqueles tempos para os dias de hoje?

Dai a Deus o que é de Deus e dai a César o que é de Cesar.

Na Homilia, falou dos impostos elevados, dos cobradores dos impostos, dos contribuintes que cumprem com sua parte, sem no entanto terem a contrapartida e isso porque os recursos são desviados exatamente por quem tem ou teria a obrigação de deles fazer melhor aplicação.

Longe de mim querer completar a aula de teologia e fé cristã, com sociologia, de que padres como ele são dotados.

Pouco se pode acrescentar ao que foi ensinado ... e como queria, nesse momento, passar o que ouvi, num momento santo, é bem verdade, mas que tem tudo a ver com o momento que vivemos... hoje e sempre.

Aliás, tudo o que está escrito na Palavra, faz referência a um tempo passado, seu conteúdo é presente em todo tempo e serve para todo o sempre.

Vejo nos políticos, sem querer generalizar, os romanos da Babilônia antiga e, nos judeus bíblicos, todos nós, cumpridores dos deveres, a começar pelo pagar impostos, sem o retorno devido, é bem verdade.

O padre chegou a comentar a elevada carga tributária que somos obrigados a cumprir.

Pelo que mais uma vez vi e ouvi, a história se repete e daí a pergunta: haverá o dia em que o triste quadro político não nos será apresentado como o que estamos obrigados a conviver?

Não sei a resposta, sinceramente, mas do sofrimento de um povo que não tem a assistência para sua saúde, a educação para seus filhos, o atendimento aos idosos, o lazer, o esporte, a cultura, o entretenimento, imagina-se que, pela falta de tudo, tenhamos que aprender a suprir e pela falta e indignação, procurar o crescimento. E concluir que sempre é preciso se doar, pois é dando que se recebe e, embora os políticos, os irmãos se juntam na fé e se fortalecem... daí o momento sublime da contribuição e do dízimo. Concluo, em minha santa ignorância, que o dízimo é aquele algo a mais a que somos obrigados, para compensar a farra política de uma grande maioria, para que não falte o mínimo aos mais necessitados.

Foi determinante o momento em que disse com todas as letras: não tenhas medo, pois Deus está contigo.

Daí lembrar-me do Salmo 23 (22), que começa com essas palavras: "O Senhor é meu pastor e nada me faltará". Essas palavras servem para que aprendamos a suportar as falhas dos políticos e dos poderosos e deixar ao Pai, nosso Deus, o julgamento devido, cabendo a nós, mortais, o dever de reagir, sem no entanto avançar sinais e tentar ser o juiz maior.

Ao orarmos "O Senhor é meu pastor e nada mefaltará", cala-nos fundo que devemos sempre repartir o pão para que ele não falte, naquele momento, a um irmão, podendo ser, em momento outro, cada um de nós o socorrido pelos irmãos na fé em Cristo.

(*) Renato Cardoso, o autor, é publicitário e bacharel em direito.
Original  foi publicado no link http://www.tudodoms.com.br/noticia/geral/25,13285,evangelho-de-hoje-cai-perfeito-para-o-momento-politico



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